Visitors

Website counter

terça-feira, 23 de março de 2010

Blogdodesempregado - Cap11 - Ainda no presente... a pesca e o surf. .... powered by surfcamp portugal holidays&accommodations


owner of surfcamp portugal holidays&accommodations
Hoje levantei-me com uma vontade grande de surfar. Por norma não sou assim dado que a mesma só costuma aparecer lá mais para a hora do almoço sendo que as melhores performances que alcanço são invariavelmente à tarde ou ao fim do dia. Vinha observando um pico por diversos dias e ou estava infestado de pescadores, ou correntes ou o vento não estava favorável.

A relação entre surfistas e pescadores é, sem margem para dúvidas, digna de case study: se os primeiros querem a onda - e esta rebenta junto à costa e em locais de menor profundidade - os segundos querem o peixe que, por sua vez procura comida no turbilhão provocado pela mesma. Assim sendo, a zona de acção é coincidente. Agora somemos o facto de sermos todos portugueses. Se os surfistas são normalmente gajos novos ou semi, com elevada auto-estima, de costas largas e habituados à dosagem de doses maciças de adrenalina, os pescadores fazem-se acompanhar por navalhas, facas e um incontável número de acessórios indispensável ao bom sucesso da faina. A mistura é quase tão explosiva como se estivéssemos em contexto de claques desportivas mas, qui-ças pelo karma que imana do mar, parece-me que o resultado passa mais pela paz podre. 

Os pescadores garantem que os surfistas espantam o peixe e estes asseguram que os mesmos saltam junto das pranchas quando são robalos e lhes picam os pés quando de outra espécie pelo que está provada a proximidade entre espécies. E há também algumas relações menos contraditórias:
- um pescador acrescenta sempre 1kg ao peixe e o surfista 1m à onda e ambos exclamarão aos colegas que chegam atrasados o mesmo... 'havias de ter visto isto à bocado!!!!'

Quando ainda pela fresca cheguei à tal praia, as condicionantes necessárias tinham-se todas perfilado e aguardavam-me só que, acabadinho de se imobilizar no estacionamento, um indivíduo de botas verdes calçadas abandonava o seu veículo branco. Bati então o record de troca de vestimenta que até à data pertencia a um norte americano e pelo facto, as minhas desculpas ao Clark Kent. Ainda o pobre pescador pegava numa pesada mala de ferramentas porcerto repleta de artefactos de uma vida pseudo criminosa, já o vosso desempregado amigo corria duna abaixo em direcção ao repasto.

Lembrei-me daquele anúncio - ou cena repetida por inúmeras vezes em diversas películas - em que duas senhoras lutam - tal gladeadores em plena arena romana - pela última lata de ervilhas. Os saltos altos dificultam a tarefa mas a corrida é célere e apenas ultrapassada pela forma profissional com que os seios divinamente plastificados se tentam manter dentro das blusas brancas - lá está aquele que todos julgávamos moribundo, o regressado Tide - ao desferir de golpes acertados às madeixas da adversária. Já Isabel Figueira é mais serena - se bem que num papel de morena burra...(?) - enquanto suplica, em pleno aeroporto, pelo último Kinder Bueno.

Mas dizia eu antes de me perder no epílogo das mamas loucas, não dei sequer hipótese ao adversário de recorrer ao arsenal... já eu remava rumo ao Paraíso quando o mesmo me abandonava e deixava o meu carro em solitário modo stdby no estacionamento.

Durou pouco - à semelhança de alguns dos maiores prazeres que temos na vida - mas foi bom, quase que a roçar o excelente - e aqui também me poderia extender por alguns parágricos de tantricidade absurda e mordaz. Uma hora e picos até que a maré começou a vazar em demasia e as condições se foram deteriorando. As ondas tinham um tamanho respeitável e o cheiro que que imanavam era repleto de iodo. O sol foi-me queimando a face no regresso de cada corrida e enquanto me sentava à espera da próxima.

Simplesmente adorei esta manhã (ainda) vivida enquanto um dos 700.000 portugueses desempregados...!!!
E agora vou encher um balde com lexívia e detergente perfumado para tirar o bolôr de paredes e tectos, assoalhada a assoalhada, fruto do vigôr nunca antes sentido com que este último inverno nos presenteou...

------------------------------------------------


     http://casamarela.moonfruit.com/#      


------------------------------------------------

2 comentários:

  1. O mais giro é que em matosinhos não há peixe, mas há pescadores!...

    ResponderEliminar
  2. E há ondas, mas ondas mesmo, ondas daquelas tipo as fotos aí em matosas??? LOL
    Abração Jorge!

    ResponderEliminar