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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Blogdoexdesempregado - Cap29 - Namorem muito...



Sou de facto um gajo tendencioso e de gostos um pouco dispendiósos... confesso-te.
Também assumo ser dos que acredita que a vida deve ser vivida na sua faceta terrena e não na celestial.
Por acaso não fiquei neste Hotel... http://www.areiasdoseixo.com/ , apenas o conheço muito bem por o ter construído pelo que virtual ou presencialmente, invistam algum do vosso tempo pois não sairão defraudados.

Lembro-me que algures por 2006 ou 2007, em dia de surf engraçado num qualquer turno pós-laboral - termo usado para os trinta e quarentões quem surfa entre as 19h e as 21h, um amigo meu me aborda entre ondas... 
- 'Pá, como estás de trabalho...?'
- 'Nim... tinha um prazo de 1 ano para concluir uma tarefa e alcancei-a. Estou mesmo numa de marcar passo... '
- 'Posso-te aliciar?'
- 'Sempre.'
- 'Tenho um Hotel para fazer cá por Santa Cruz. O gajo que era para arrancar com a obra era puto, desistiu e zarpou para Angola e lembrei-me de ti. Quando podes vir conhecer o projecto?'
- 'Quando ficar de noite e não der para surfar mais...'

E então eremitei para dentro dum pinhal com um contentor alugado e aquilo que outrora foram velhas ruínas de uma suinicultura desactivada volvidos que estão 3 anos, está à tua espera: uma pequena unidade de charme, longe do ruído, do stress e da multidão. Apenas 10 quartos díspares entre si e mergulhados numa envolvente de água, natureza, vidro e alguma marroquinaria...

Ontem foi a inauguração do espaço e fui convidado.
Secretário de Estado e inerentes acessores, Presidente da Câmara e respectivos vereadores, uma infindável lista de ilustres ligados ao Turismo, à Banca e aos etc's parabenizaram-se mutuamente pelo resultado alcançado. Eu assisti impávido e sereno bebericando o meu champagne de cásta nobre...

E então lembrei-me - com a honorabilidade de não passar aos actos...que era dia de festa e os donos do espaço não o mereceriam de todo - que seria engraçado dizer áqueles gajos todos algo do género:
- é triste que um país deixe gente capaz e producente partir rumo a outras latitudes apenas porque aqui se acabaram os projectos interessantes, os investimentos de realce e se instalou o tachismo. Ver que é assim que muitos - óbviamente demasiados - ganham o seu dia:
- ir aqui e inaugurar, ir acolá e agradecer empenhos e desempenhos e voltar ao local de partida para vomitar alguns termos de cortesia. Ah! E também delegam...

Mas uma coisa te garanto, já se foram embora... aprecia tu que bem mereces!!!  


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terça-feira, 20 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap28 - Alfred Hitchcock




Como já por vezes aconteceu neste blog, o nosso enredo de hoje trata parte da minha jornada de ontem... não sei se já carregaste no play mas em todo o caso fica o relato:

Levantei-me e despachei as míudas. Fui então à praia e à semelhança de hoje, as ondas estavam pequenas demais para serem condignamente surfadas. Mas ontem nem molhei o fato dado que após o almoço tinha um compromisso lá para os lados da capital... almocei com o meu amigo motard com quem havia acordado levar-lhe a montáda, dado que eu e o trânsito não temos ligação fácil e - tudo corria bem dado que o almoço foi onde já sabes... - não encontrámos a chave. E sem chave não há moto. Mudei o fato casual para um mais solene e fiz-me à estrada, mas de carro.

Entrar no Prior Velho não se adivinhou fácil e acabei por me chatear naquele jogo do 'cabemos todos'.
Por já ter vivido na margem sul, foi-me incutida a regra do garrafão - longe daquela da rolha do PSD - pelo que está-me no sangue a alternância de veículos... 'ora entras tu, ora entro eu'. É básico mas de facto resulta. E importunei-me quando alguém quis ser o 2º 'sim' à minha frente, não desarmei e acabei por ter que sair do carro para meter os pontos nos i's - dado que prefiro amarrotar a pele a alguém que a chapa ao meu carro.

Óbviamente que me senti estúpido. Não deixar alguém passar pareceu-me um objectivo pertinente à altura, mas ao ver o homem refundido atrás dos seus óculos, à rasca enquanto me tirava as medidas, logo alcancei que a minha figura de urso não fugia muito da dele com a excepção que um de nós continuava sentado... expliquei-lhe então que 'um de cada vez seria o mais justo par todos...', mas atrás dos olhos não havia nada. Um grande e assustador vazio. Enquanto o vidro se lhe fechava aumentando a cota da porta, ainda logrei ouvir um 'estes gajos dos ginásios têm a mania que...'.
Segui pior que fulo por virar costas e cheguei meia-hora adiantado o que me deu para ir à Seaside ver as fotos da Mariana e comprar um par de sapatos.Cheguei então ao cenário do verdadeiro episódio ultrapassado que estava este prelúdio.
Entrei numa típica tasquinha versão contentor. Um misto de desafio à ASAE com licenciamento género carta de condução dos célebres mata-velhos ou pápa-reformas se preferires. Uma senhora de quase cinquenta anos estava em amena cavaqueira com um cliente regular - sem o cariz proxenêta da expressão.
Quando julgou pertinente, fez a obséquia de me atender. Pedi-lhe um café para acompanhar uma água das pedras fresca. Ainda trocou mais umas palavras com o dito cujo e então manuseou a cimbalina. Sentei-me na esplanada do pré-fabricado - perdão, estabelecimento comercial ... - e iniciei um sudoku ecologista - significa isto que tenho um smartphone com uma aplicação que visa gerar esquemas matemáticos no pequeno ecrã para que se poupem assim algumas resmas de papel reciclado.

E entrei assim na twilightzone mas versão lusa.
A conversa teria algo a ver com heranças e os seus confinamentos legais só que - e estou seguro de se tratar de um avançado código anti-espionagem - as frases não eram completadas e inadequadas à faixa etária dos personagens. Tão pouco os raciocínios que as toldavam, rivalizavam fortemente com aqueles da morangáda. Vou tentar exemplificar:
- Pá... a cena é que isso é marado porque enfim.
- Mas é bom isso do testamento... tens que ver pelo outro lado que pode não ser.
- Olha - e dá-me aí mais um cheirinho já agora... - mas mesmo pela minha filha.
- Pois, é chato é com o namorado que a gente sabe que não vale nada mas ela...né?
- Não é assim sempre. Depende também da papeláda mas um gajo paga e tratam disso assim.
- Eu cá disso não sei nada mas acho que sim.
- Um  gajo tem a casa e depois pode não ter.
- Ou elas ou tu mas alguém tem sempre a chave.
- Pá claro! Mas tem é que ficar escrito porque é assim, tipo, tás-a-ver né?
- Isso já não sei se será.
- Depois de lá estar venha quem vier...
- Eu por mim é sempre o melhor mas isso sou eu.
- Já ouvi falar de casos que não dava mesmo e depois olha...
- Eu nem imagino cruzes! Já tentei mas tenho medo de ficar sem ela.
- Fónix!!! - dá aí mais um tracadinho -

Timidamente e esforçando por me escapulir ao diálogo, procurei por um WC. Não havia nada parecido. Pela áreas e perímetros pareceu-me que faltaria um meio metro quadrado num dos cantos e que talvez lá estivesse uma porta. Fiquei à nora pois com aquela área teria obrigatóriamente que me encostar a alguma coisa e, ainda com o Sudoku inacabado, não sabia bem se deveria interromper o diálogo daqueles dois monstros, desligar o PDA ou fazer xixi depois.
Fui-me embora mas não sem antes pousar a chávena e o copo - já vazios - sobre o balcão, não fosse um dos agentes secretos saltar para trás do mesmo e aparecer já camuflado, de caçadeira em punho apanhando-me incauto e desarmado, pronto a solicitar-me o último fôlego. Não me agredeceu e nem o esperava. 

Fui para a reunião e essa foi mais fácil. Começo a trabalhar segunda feira...



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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap27 - O mete nojo do meio aquático.... powered by www.surfcamppt.com


Esta crónica é dedicada a todos os casais apaixonados. Haja ou não, algum surf no meio da relação acaba por ser apropriado. Também o faço aos que já o foram - apaixonados claro dado que 'ser surfista' é algo eterno... - mas que por alguma calamidade se afastaram do necessário laxismo. E não quero descriminar ninguém ao referir-me a casais. Podem ser pares do mesmo sexo, ou mesmo trios pois o que importa é que se divirtam pelo menos metade do que nós fizemos...

Aconselho-vos portanto - neste dia chuvoso e cinzento que provavelmente vos está a azucrinar o biorritmo - o http://www.h2otel.com.pt/ . Antes de irmos poraí abaixo, faz ainda o seguinte:
- carrega no link e depois no play e fica essa a banda sonora para hoje pois apesar da tempestade tenho que ir surfar e estou sem tempo para procurar algo decente no youtube, ok? Mas depois volta aqui ao blog...


A reserva poderá não ser fácil de alcançar: os fins de semana estão ocupados até à eternidade e apenas algumas eficientes agências de turismo a conseguem. Como queríamos ir ontem, metemos as cunhas necessárias para as 48h de relax semanais que necessitávamos e fomos para Unhais da Serra, um lugarejo a 15 km da Covilhã, perdido em pleno parque natural da Serra da Estrela.
Comprámos um livrito cada pois só nestas ocasiões nos é desculpado o isolamento necessário à leitura. Os putos são bem vindos ao local mas não aconselhados pois trata-se de um hotel de charme, mais apropriado ao namoro e à reflexão. Estranhamente, acabámos por - em cadência quase que constante - indagar o próximo para ver quem estava a ganhar em número de mortos nos romances recém adquiridos, e perdi. Pouco se fala no H2Otel, prefere-se o sussuro... ou então lê-se. Nós fizemos as duas coisas e bebemos umas caipirinhas pelo meio pelo que então resolvemos também rir um pouco... mas lá está, baixinho. Barulho mesmo, só o da água...


É um daqueles locais - nem sempre fáceis de encontrar - apropriados à revitalização da alma e do corpo... eu por exemplo, enquanto desempregado inocupado, entrei com 120kg e flácido e saí esbelto, bronzeado e com aquele corpinho de surfista capaz de fazer suspirar a mais lésbica das mulheres... bastaram-me para o efeito, 72h de natação contra-corrente - crawl ou bruços não dá, tem que ser mesmo mariposa... - e 24h de sauna onde me serviram a totalidade das refeições:


Embarcámos então neste lindíssimo love boat em regime de pequeno almoço dado que as refeições nos pareceram excessivamente caras - 20,00€/pessoa em regime de buffet MAS com as bebidas à parte. E a questão alimentação ficou facilmente resolvida - por cerca de metade do preço - num humilde mas pitoresco restaurante sito no fim da rua.

Os quartos são confortáveis mas pouco tempo por lá se fica pois tal cruzeiro, a animação constante convida-nos a vaguear pelas restantes instalações... e podes fazê-lo, sem excepção, de robe e chinelos!! (tens como única obrigação o uso de fato de banho e touca).

Todos os espaços são muito amplos, com decoração moderna e apelativa - bem longe da onda minimalista e impessoal. Os tons utilizados são quentes - algo entre os castanhos, vermelhos e laranjas - apenas resfriados com os granitos típicos da região, magistralmente trabalhados e empilhados. 
Mas claro que o que interessa nesta unidade hoteleira é a água... e a totalidade do dia é passada junto dela, no Aquadome. E esta é a vista sobre o mesmo, enquanto descemos - via elevador panorâmico - desde o quarto ao Paraíso:


O espaço compreende uma piscina de água quente com dimensões felizmente exageradas. Parece até que estamos sempre sós independentemente do número de hóspedes que dela usufruam. O interior é comum ao exterior e transitamos de um lado para o outro por duas pequenas passagens cobertas com lamélas de plástico... a sensação imediata é que chegámos à Finlândia e os quase 0ºC do exterior não nos molestam dados os 30ºC do meio em que nos banhamos. Tipo o gelado frito do restaurante chinês mas em que o cheio a óleo é substituído pelo ar virgem da serra por assim dizer. 

Encontram-se dispersas um pouco por todo o lado pequenas caldeiras com hidromassagem que alternadamente se vão desligando num lado para se ligar no outro, obrigando-nos assim a nadar para prefazer o percurso que as separa. Distribuídas numa espécie de grutas, pequenas cavernas albergam os mais modernos equipamentos de sauna, duches, cromoterapias e o melhor banho turco que usufruí nesta bela vida às vezes alternada com períodos de desemprego - que teimo em manter bela com estes salutares devaneios. É o hamã... uma sala redonda cujo perímetro é preenchido com um banco em pedra corrido onde tipo lontra nos podemos deitar ou sentar. O calor é óbviamente sufocante e superior à sauna e o nevoeiro londrino em atmosfera escura apenas é interrompido com a alternância da cromoterapia - via led's distribuídos aleatóriamente na abóboda que constitui o tecto - entre o vermelho, verde, amarelo e azul. Passámos por lá horas enquanto lográvamos segregar as impurezas cutâneas e outras para atingir assim um estado de superior sanidade - algo difícil no meu caso (pelo menos a mental), bem sei.

Ainda fizémos uma massagem - onde por pouco não adormecia - com aromoterapia e durante uma hora pusémo-nos nas mãos de simpáticas e eficientes terapeutas. Estando em Portugal - e com alguma facilidade nos esquecemos desse facto tal a impossibilidade de meter defeitos... - estranhei a simpatia com que fomos tratados por todo o pessoal que ali laborava. Da manutenção dos quartos, passando pela recepção e acabando no restaurante... ninguém te recebe com menos que um sorriso.

Espero ter metido o nojo suficiente para que me odeiem ainda mais... sim, que nós os desempregados já se sabe. Em todo o caso e principalmente para os que não gostam assim tanto de água, vão lá na mesma, aculturem-se - desafio-te à escolha de um melhor livro que o meu (fácil) e absorver mais caipirinhas (difícil) - e namorem muito (....) que a vida são dois dias e um deles é passado a dormir!!!

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap26 - O Surfista Anónimo em 2123AC ....powered by www.surfcamppt.com

Confesso-vos sem grande vergonha que esta é uma poli-edição do texto... a primeira vez no fórum Atitude-Surf, a segunda no blog Vagueares e a partir daí internacionalizou-se para o país dos nossos irmãos onde repousa sossegadamente num poeirento repartidor em http://www.surfsessions.com.br/. Os irmãos mas os verdadeiros, aqueles do samba e não os espanhóis de onde nem bom vento nem casamento, apenas caramelos... dado que toda a gente sabe que o vento offshore - do quadrante Leste aqui em Santa Cruz - nasce na fronteira.

Reza a lenda que o original foi encontrado num disco rígido externo, muito bem refundido na vestimenta do Tutankamon, genialmente escondido numa destas mais recentes galerias descobertas ali prós lados do egipto entre o 3º e 4º pisos daquela 3ª pirâmide a contar de quem vem do lado de baixo, do Nilo portanto... para já a banda sonora:



Como já carregaste no play, ganhaste o direito de lhe passar os olhos por cima. Espero que, caso já não conheças, aprecies mais esta pouco ou nada humilde crónica...:

Num qualquer sábado do mês passado, cumpri o ritual de quase todo o Surfista Anónimo:
- fustigo o despertador com uma palmada, enfio-me na surfwear da moda pendurada desde domingo passado, dou 1 beijinho à mulher e aos putos, fato de modelo ultrapassado à tira-colo e prancha debaixo do braço enquanto beberico um iogurte líquido de morango a caminho da praia…



Ficara a famélga a dormir descansadamente enquanto me questiono acerca desta doença que alastra Portugal fora, contaminando a maioria a quem dedico estas linhas… que raio de virose tão parva esta: sair da cama para apanhar frio e umas ondas… eu que até nem percebo nada disto e nem ganho nada com o assunto. Parece que lá ao fundo ouço os meus pais:
- ‘Já passou dos trinta e ainda não tem juízo nenhum…em vez de por o dinheiro de lado, gasta-o em pranchas… tss tss tss… e esta última então que foram mais de 100 contos ?!?!?! Mas vá, pelo menos anda feliz!’

-‘Então pá… e que tal essa semana…?’
-‘Olha… a ver se com um surfzinho a esqueço…’
-‘E tu…? Que tábua é essa???’
-‘Olha… era de um Pró qualquer que não curtiu e venderam-ma barato… pode ser que já venha ensinada…’
-‘E que tal está isto…? Parece um cadinho vazio não…? Raio do relógio que não acerta com uma maré…‘
-‘Sim… mas lê aí a revistinha deste mês que é mais meia horita e a maré vira.’

A revista vai passando de mão em mão e as fotos são devoradas e criticadas a um ritmo frenético. ‘São sempre os mesmos gajos’… ‘até parece que não há mais ninguém que surfe’... ‘só aparecem é os amigos…’ – são os comentários mais ouvidos entre a plebe.

Impossível de agradar a gregos e troianos penso para comigo. Mas também, quem não gostava de aparecer uma vez que fosse numa revista de surf para poder emoldurar a página para a posteridade…?

Nós os Anónimos, muitas vezes não cabemos no papel de consumidor e queremos extrapolar para o de intérprete. Mas face aos compromissos publicitários inerentes ao meio, há que perceber que uma percentagem do que folheamos não nos diga muito.

A mim parece-me que também temos muita dor de corno – passe a expressão – aliado ao facto de o nosso rumo de vida ter de alguma forma divergido do mar. Uns enfiaram-se em escritórios, outros arranjaram mulheres pouco tolerantes e afectas ao meio marinho e outros preferem não fomentar o vício pois não têm grande jeito pró assunto. E depois aparecem aqueles prós com look bronzeado, cabelo loiro do binómio sal/sol, os anúncios com sereias e fatos último modelo. E depois vimos nós… que ficamos cheios de dores nas costas à noite por causa do surf, que nos babamos para todo e qualquer perfeito recheio de bikini que corra pavaneosamente na praia e que por muito que encolhamos a barriga e enchamos os peitorais não retribui um pequeno e singelo olhar por muito de soslaio que seja… mas verdade seja dita, isto do surf acabam por ser os Anónimos.
Cada vez mais esta nossa paixão anda de mãos dadas com capitalismo e materialismo divergindo dos princípios espirituais com que se iniciou. E quem compra somos nós: roupa, pranchas, fatos, revistas, viagens, acessórios e artigos diversos alguns frutos de imaginações prodigiosas. Os tais Prózáços – mas apenas os que padecem de falta de humildade - deveriam entender que são os tais Surfistas Anónimos – espalhados por essas praias fora e que por demasiadas vezes ignoram e desrespeitam - quem lhes paga o pão através da entrega de milhares de euros aos seus patrocinadores.

Passou-se a meia hora necessária pró fundo acertar e fazemo-nos à água... por norma, uma em cada cinco ondas corre de feição. As outras quatro não passam de tentativas de algo. Daí alguma relutância em convencer um amigo fotógrafo a um segundo de uma sessão de surf amador.
-‘É muita parra e pouca uva’ – ouvi aqui há dias a expressão e bem apropriada se pensarmos que este epílogo ocorre numa altura de vindimas.



Por acaso apareceu o Tó-Zé - editor da Vert Magazine e bodyboarder inveterado – com vontade de sacar umas fotos em meio aquático. Sessãozinha relax entre amigos de longos anos e com um ou dois curiosos à mistura.

‘Vistes aquela minha onda em que….?’, ‘Curtistes aquela minha tentativa de…?’ - ouve-se aqui e acolá por entre bocas assassinas tipo ‘Este gajo é tão aldrabão: tu não pescas nada disso pá…!’ ou ‘Lá estás tu com a mania que és o Slater…’.

Entre rizadas e combinanços pró almoço e prá surfada da tarde, dá-se por terminada a matinal dos Anónimos. O resultado não poderia ser melhor… antes pelo contrário. Mesmo sem o peito inchado do prózão capa de revista que chega à praia e não cumprimenta quem por ali surfa desde a infância. Mesmo sem os autocolantes, sem as babes, sem o fatuxo xpto-hiper-mega-elasticoflex porque o orçamento familiar não estica e mesmo sem jeito nenhum em especial um fato bom ajuda acondimentar a mediocricidade da performance em meios aquíferos. Mesmo sem os apoios da marca A ou B. Qualquer Surfista Anónimo deveria ter o direito de pelo menos uma vez na vida ver um dos seus momentos de glória imortalizado noutro foro que não o da sua própria mente… no contexto partilho com vocês a minha melhor foto tirada por um amigo meu no quintal de casa com viagem patrocinada pelo meu próprio agregado familiar...




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Blogdodesempregado - Cap25 - Layday ..... powered by www.surfcamppt.com






Por definição, este termo é uma abreviatura de delay day, normalmente usado pela organização das provas quando as condições do mar não se adequam ao surf.
Ou porque o mar se encontra avacalhado ou pequeno - e estando hoje presentes essas duas condicionantes, lá regressei ao meu porto de abrigo sem meter o barco na água. Pelo tom da música poderá até parecer que fiquei chateado com o facto... mas confesso que não: tenho o corpo todo moído do exagero de exercício físico em meio salino e atróz... o ar forte puxa-nos pelos pulmões e ao contrário da imagem que nos possa ser passada pelo Kamasutra, há posições que nos moem de sobremaneira as articulações e molestam os músculos apesar de serem revitalizadoras da alma.

Após aferir in loco aquilo que as webcam's já me tinham transmitido, fui às compras. Preenchi a despensa e o frigorífrico - e ao contrário do que se passa noutros contextos, confesso-te detestar passar por lá os olhos quando um deles se encontra despido... - depois dei uma aspiradéla aqui no R/C e logo à tarde dou no 1ºpiso... e antes do almoço ainda dou uma passagem de um qualquer cheirabem alixiviado por alguns wc's que se me forem atravessando pelo caminho... e digo isto porque temos literalmente meia dúzia deles cá pelo surfcamp.

Depois vim aqui ligar o portátil - e o mail de facto, já não tem aquela importância primordial dos tempos anteriores à countdown... - e alguns amigos meus desafiaram-me online com as suas fotos coloridas enquanto eufóricos recém chegados de uma boat trip às Maldivas. E é um facto que o arquipélago continua igual a si mesmo... quase se lhe consegue alcançar o cheiro, o brilho e o som...


... e fechando os olhos advém-nos logo o poder da mente para nos teletransportar e, pelo menos no meu caso, não o designo por nada menos que avassalador - e claro que a música é bonita mas terão que os abrir ou não lerão o resto da crónica de hoje! No meu desvairo - em fase pré wc desinfectado - ou no teu caso - perante um IC19 caótico reservado para o trajecto de regresso ao lar amargo lar, a secretária repleta de processos entediantes ou mesmo uma relação cinzenta com estes ou com o cônjuge... - é uma lufáda de ar fresco o contacto com a natureza em formas que não nos são habituais. O avião é de borla e não há impostos... porque não ir?

Aplacámos então numa praia edílica na companhia de alguém ou alguns que depressa nos fazem esquecer as filas do Centro de Emprego, a roupa amarrotada pós reunião ou o cheiro incomodativo da cigarrilha do presunçoso a quem forçósamente teremos que sorrir apesar de sabermos que não passa de mais um narcisita enrolado em Prada.

Comemos peixe e fruta acabada de colher para logo de seguida rumarmos para a cascata e assim vencer vertigens que desde muito cedo nos foram condicionando acções e loucuras. Deixas inundar as veias de adrenalina disparando o ritmo cardíaco enquanto saltamos para uma profunda, cristalina e cálida lagoa de água tingida num impossível azul turqueza. Sem conceito de tempo também... o tal que às vezes falta para perpetuarmos o amor e sentimento pelo próximo.   

E de facto apesar de não haver café nem um pastelinho de nata para ti... há ondas para mim.
Pelo que e com grande pena minha, vou mesmo ter que ir e já que nos estávamos a divertir à brava, fica com um risonho até já!!!  E vai pensando em alguma coisa para a ceia... um javali no espeto ou algo assim simples...!

Óbviamente que há sempre os que levam os sonhos mais à letra...

Eu numa das minhas praias preferidas, algures do outro lado do mundo, em profunda sessão introespectiva pós surf...


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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap24 - Morangos com açucar.... powered by www.surfcamppt.com


Gosto daquele restaurante que por acaso até nos apoia aqui no surfcamp. Ontem deliciei-me com esta fantástica e hiper calórica sobremesa após mais um daqueles almoços entre amigos. A conversa - a par da comida - é sempre caseira, em conta e excelente e apesar do Chipmunk estar prestes a ser alvo de uma merecida intervenção - de cariz provisório segundo consta... - é um daqueles lugares onde nos sentimos bem. Em tudo igual ao daquela série já dos tempos de outrora - Cheer's, Aquele bar - onde existe sempre alguém com quem discutirmos a bola ou algumas trivialidades sociais do nosso cada vez mais sofrível dia-a-dia. Quer-se dizer, pareço estar até a sofrer por antecipação! Parecendo que não ainda posso passar ao largo da lamúria por mais uns bons quinze dias...!!!


Entrei de manhã pela fresca, as ondas estavam pequenas e a água tinha arrefecido. Mas perfeitinhas do género skate parque para iniciados... e tal criança fiz aquilo para que me pagam, surfei e como quase sempre, diverti-me. O sol aparecia intermitente e o areal estava deserto e bonito. Quando saí já com a maré demasiado cheia, chegaram mais uns quantos parasitas da sociedade e lograram também divertir-se com aquilo que a Natureza nos oferece a troco de nada. E depois fui uma vez mais almoçar ao sítio do costume... perguntaram-me se já tinha escrito algo ácerca dos morangos que me viram ontem imortalizar via telemóvel ao que respondi negativamente prometendo que hoje o faria...! E cá estou, a cumprir a minha segunda missão do dia. E agora vou dar um jeitinho na casa pois troveja fortemente e os surfistas não lidam bem com os relâmpagos especialmente quando estes se precipitam sobre a água - apesar de uma das marcas desta indústria ter feito a sua história em redor de um trovão.

E foi mais um dia bem passado sem ter feito grande esforço para o ser...  tão simples, não é?



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terça-feira, 13 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap23 - Alguns dos últimos cartuxos .....powered by www.surfcamppt.com



... dedico-os ao Coelho. Aquele político que ontem - frente ao ex-melhor comentador do pequeno ecrã e presente pior entrevistador do mesmíssimo formato, Dr MST...  - voltou à carga a quem não se pode defender.

Adoro o estufado e odeio o emproádo. Os orégãos e o refugado apurado face à crítica fácil e utopia constante. Quem não prefere os primeiros...? Na minha opinião e conforme discutido hoje entre sets de ondas quentes e perfeitas, pareceu-me aceder um pressentimento que o dito cujo - o coelho mau... - estaria prestes a prescindir de 1.000.000 de votos. E não é que o burro, perdão, o coelho o fez de facto e deixou a rir um filósofo com tamanha infantilidade???  

E como estavam os sets pareceu-me ouvir perguntar-me...? Santa Cruz com sol e areal desafogado...  
Mas voltemos à carga que a minha vida não é só surf... até é, mas prossigamos ou ainda me despedem!!!

Senão vejamos... conforme já vos tinha passado a ideia em primeiríssima mão - e este é um blog sempre em cima do acontecimento, na crista da onda ou por dentro do tubo, nunca é demais relembrá-lo... - o facto de haver 11% de desemprego (números declarados e obtidos através da já sobejamente conhecida matemática politic-ó-creativa) não é, nem de perto nem de longe, segundo o rabbit, algo que sucede com a conivência do estado. Passo a citar:
- 'Não tem o Estado que acartar com um exército de pessoas sem função e que recebem um abono social sem nada produzir ou contribuir para de facto o merecer...'

E isto é grave quando passa entre as orelhas de alguém que há menos de uma semana alcançou a liderança do maior partido da oposição e almeja o voto.

Partiu este novo roedor do pensamento do pressuposto que as pessoas estão nessa condição porque não querem trabalhar. Que tiveram culpa que a empresa fechasse. Que é por opção destas que nunca lograram rubricar um contrato de trabalho. Não quer dizer que não existam uns quantos calões e oportunistas... mas todos??? Na minha opinião competirá à fiscalização acusá-los dado que aquela ideia de pôr a malta a apanhar pinhas é capaz de não cativar a população toda.

Flutua também uma sensação de eminência de aplicação da já célebre taxa da respiração, senão vejamos:
- descontámos anos a fio para o Estado, enquanto contribuintes, com a miragem da reforma e de algumas benésses sociais a pairar tal cenoura lá beeeeeeeeem ao fundo.
- As empresas foram sendo asfixiadas com uma exageradíssima carga fiscal e... morreram.
- O despesismo do Estado esse - sempre alto porque convinha à maltinha das coelheiras - agora até disparou pois houve uma Crise Internacional e os tais contribuintes que deixaram de contribuir acabaram por, em grande número ir parar a casa.

Resumindo... o dinheiro não chega para todos e a dívida externa é brutal. O melhor é ir atrás daqueles que não têm alternativa que rumar para outras paragens - ou pastagens, neste contexto... da cenoura.

Solução imediata e à coelhito armado em lebre: o melhor é cortarem-se essas regalias.
- 'Mas ó coelhinho... aos desempregados, eles que sempre contribuiram com impostos?'
- 'Claro que sim, esses nem greve podem fazer pá! As empresas onde estavam já fecharam... queres que vá buscá-lo aonde?'
- 'Mas ó coelhinho... os gajos passaram uma vida a descontar! Muitos nem tinham o que poupar!'
- 'E então??? Se estiverem mal mudem-se pá! Vou sustentá-los a todos e a troco de nada queres ver?'
- 'Mas ó coelhinho... a taxa de emigração já ultrapassou os records estabelecidos na década de 60 e 70 aquando do fim do antigo regime!!!'
- 'Deixá-los ir... sabes pá, as cenouras nunca foram nem serão para todos. Olha lá o que o raio da velha me fez: nem ao plenário posso ir sem ser convidado!!! Deu-as aos amigos dela e a mim nicles...'
- 'Mas ó coelhinho... e se o Estado baixasse os impostos e fomentasse a criação de empregos cá em Portugal de forma a não deixar a mão de obra qualificada ir-se embora...?'
- 'É pá... mas se os gajos bazarem ficam bastantes mais  jobs ficam para os nossos boys!!! E mais empresas para quê?!??! Isso depois dá muito trabalho... mais greves, mais sindicatos, mais chatices e depois um gajo anda de olheiras e nem fica bem nas fotos pá!!!'
- 'Mas ó coelhinho... não achas arriscado que com a próxima época de caça à porta - entenda-se 'eleições' - estejas a entalar os desempregados e restantes subsidiários???É que é um porradão de gente coelhinho!'
- 'Ouve lá... o filósofo entalou professores, funcionários públicos, construção civil, indústria, polícia e mais alguns que se lhes atravessaram à frente e vai ganhando eleições até se fartar pá! O povo é sereno... burro e sereno. Mas as cenouras são para mim, prós meus e mai' nada!'


E quanto a vocês não sei, mas eu vou surfar que isto da política deixa-me ansioso...!!! E claro, não voto no bonito coelho...


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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap22 - It's the final Countdown .... powered by www.surfcamppt.com





'Pois é de facto quase que a fugir para o praticamente confirmado' que vos informo em primeira mão:
- faltam duas semanas para o blogdodesempregado assumir uma nova terminologia -> blogodoexdesempregado.
Vou portanto deixar de ser um dos 800.000 previlegiados a que se refere o nosso pseudo engenheiro e primeiro ministro. Li algures que iriam propor novas regras para justificar as 'regalias sociais' com que nos presenteiam mensalmente... será necessário prestar serviço cívico ou não se recebe o abono social.

Mesmo que tenham detestado os fabulósos anos 80 ou caso ainda não tivessem nascido, carreguem lá no play, vá...

Sinceramente melindram-me bastante estas diarreias políticas... o facto de termos estado anos a fio a descontar horrores de €€€ para uma segurança social falida e que não nos irá providenciar qualquer tipo de reforma - párca ou choruda dependerá de quem tenha possibilidade de alcançar os 90 ou 110 anos de idade respectivamente... Ah!!! E 75 ou 95 anos de descontos consecutivos... quase me esquecia!!! - não será o suficiente.

Ajudar velhinhas a passar nas passadeiras, desmatar florestas, limpar praias... o que for mas que assim se justifique estarem-nos a sustentar-nos, a nós os calões desempregados!!! Em contraponto, parece-me bem referir que concordo com o incremento da fiscalização... aliás até deveriam fiscalizar tudo e assim davam emprego a uns quantos milhares. Eram 150.000 novos empregos aquela promessa das primeiras eleições não era?

Seguindo novo parágrafo de forma menos generalista, a empresa onde eu laborava fechou e ficou a dever dinheiro a 70 empregados, fornecedores e subempreiteiros. Segurança social e finanças também - ao menos um pouco de coerência - e só à minha parte são 10.000,00€...
Ía ali a passar em Ribamar a caminho de mais uma jornada de pecado - perdão... surf - e as vivendas, cuja construção ficou interrompida com a falência da firma, estavam com os trabalhos reiniciados. Os donos são os mesmos, a firma tem outro nome e está portanto tudo bem... giro isto, não é? Mas a mim pouco falta para me forçarem o uso de pulseira electrónica... sorte que me faltam pouco mais de duas semanas de pecaminanço ou ainda ía preso. Confesso-vos ter pouco apetência para a amargura pelo que ao fim de meia dúzia de pensamentos do género, a minha veia anti-depressiva levou-me a mente para fora do poder pôdre e das respectivas taxas de respiração... aquelas que referi num dos capítulos passados.  

À margem de tudo isto, uma semana mais da minha vidinha de doméstico - outro pecado pois aparentemente é também sinónimo de nada fazer...- e iniciei-a despachando as míudas, uma para a ama e a outra para o Centro de Saúde com destino à vacinação. Esperámos, duas picazitas - mas daquelas cheias de miminhos da xôra enfermeira - e ála prá escola. Segui logo para a praia... vou ter que aproveitar estes últimos dias e sem pensar mais, entrei. Ondas não melhores que medianas e parti o leash. No entanto até já tinha dito vinte e algumas vezes que era a minha última pelo que... O Maior Lá de Cima uma vez mais escreveu certo por linhas tortas... fui tratar da via verde, fui rubricar o meu dossier à Junta de Freguesia, predestinei a janta, dei um jeito à roupa e troquei de prancha. As ondas já não têm o power invernal pelo que como tenho duas - uma para cada pé - limpei-lhe as teias de aranha, o pó e meti-a no saco. Aproveitei e troquei o fato também... de manhã tinha sentido um calor aflitivo pelo que fui ao armário buscar a vestimenta primaveril... tirei assim 1mm ao meu volume e 1,5kg ao peso molhado. 

Voltei à praia e apesar do vento estar onshore... pouco estragava o mar. Um pico a cerca de 200 metros com outros mais de vinte pecaminósos pareceu-me melhor mas, sendo que estava destinada uma sessão de experimentação e re-adaptação, alheei-me da competitividade e preteri-o para entrar só.
Remei isolado mar adentro e sentei-me enquanto esperava que uma das linhas me recolhesse... e iniciei com o pé direito uma surfada digna de registo. Por mais de uma hora deliciei-me com o primeiro dia deste countdown... ao chegar ao estacionamento, um dos meus colegas de profissão, vira-se para um dos outros enquanto vestiam a farda e enrolavam a última:
- Eu bem te disse que era o gajo!!!
- E não é que é mesmo ele?!?! Fónix pá... a prancha já não é vermelha mas branca, o fato já não é preto e está azul e surfaste que nem um louco - altas manobras man...!!! Não vais mudar mais nada não???

- Por acaso sim mas só no fim do mês... de profisssão!



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domingo, 11 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap21 - Mind(e) the Funk ... powered by www.surfcamppt.com

Um amigo meu é percursionista de uma banda, os Funkoffandfly e um outro amigo meu é de Minde. O meu primeiro amigo foi tocar ao VI festival de Jazz de Minde que decorre(u) este fim de semana... A estes dois amigos juntou-se ainda um terceiro amigo. E somos todos amigos dadas estas coisas estranhas da internet... todos praticamos - ou pelo menos tentamos... - surf e começámos há anos atrás a escrever no mesmo fórum, o melhor da especialidade dizem poraí. Juntamo-nos ocasionalmente para viajar ou meter a escrita em dia e há alturas em que nos apetece cometer um devaneio cultural pois nem só de desporto vive um homem!
E então misturam-se (bem) as coisas:
- amizade, música, comida e bebida... e o resultado foi soberbo dados os excessos de alguns destes artigos. A janta - a par da comida - foi à descrição e decorreu em conjunto com a banda num excelente estabelecimento cujo nome não posso revelar por ter sido fechado pela ASAE e, como tal, abre apenas para amigos, ocasiões especiais e sob fortes medidas de segurança e vigilância. Fica um exemplar:
Não fôssemos nós amigos deste gajo e nem tínhamos tocado no bacalhau com natas... Pedro Cadete - Funkoffandfly e segurança privado da T'ásca da Ti Maria. 

Aqui já o tal segurança aparecia mascarado de gajo porreiro... o nosso amigo surfista - lá atrás, de bóina e a puxar pela malta... - surge pelo meio dos amigos dele. Apreciem um pouco do muito de bom que (ainda) se vai fazendo neste nosso Portugalinho...


 
Minde é um daqueles locais que nos toca a alma. Além do português fala-se o minderico. Fica em plena Serra dos Candeeiros - ali prós lados das grutas de Mira d'Aire, aquelas que todos nós visitámos no ensino básico... - e grava-se-nos a ferro e fogo na mind de quem por lá passa pois é uma vila repléta de mais valia cultural.
 
Longe do mar não há surf pelo que a música e pintura e um forte orgulho minderico fazem-nos recordar o quão boa é a vida quando percorrida em comunhão. Ao contrário do que se poderia pensar, a população não está envelhecida mesmo tratando-se de uma vila no interior centro. Aparentemente as sucessivas gerações têm sempre mindericos malandrécos que se vêm entretendo imeeeeeenso nas grutas... algo normal dado o calcário abundante na zona... daí  que do ponto de vista turístico - e menos erótico... - também termos ali perto aquelas de Santo António. 

Pois... bem, não tirem o 'n' ao termo e apreciem um pouco de funk:

Não sei se já referi o facto de se comer bem e beber-se quase melhor. Tiveram tempo para inventar um dialeto local e há uns quantos que escrevem enquanto os demais lêem... nem todos alcançaram o sucesso mas divertem-se a persegui-lo. Deixo-vos exemplo do artista plástico que foi tentando noite adentro mas nunca o logrou alcançar...

 
O resultado poderá até nem ter ficado assim tão mau mas ter-me estado a flirtar uma noite inteira poderá ter perturbado um pouco a minha isenção no que concérne à avaliação dos dotes do mestre... mas digam vocês de vossa justiça.

A música ficou a carga de duas bandas... uma de blues - Stone Pony... nem comento o nome - com excelente reportório se bem que maioritáriamente emprestado e a do meu amigo Pedro, os já referidos Funkoffandfly cujo registo anda ali pelo Funk dos anos 70 carregados de boa disposição e sonoridade com algumas mãos cheias de originais. O improviso pautou grande parte da jornada musical... claro que saiu bem ou não estivéssemos nós perante excelentes músicos. Serão adentro acabaram por se juntar uns quantos de ambas e saiu para lá um Stone Funk engraçado. O recinto da localidade possuía boas condições e embora esteja inserido num vale lindíssimo, aquela deia que temos que sempre que nos deslocamos às lezírias ribatejanas enchemos o bandulho, ali também vale apesar da disparidade do terreno. Nunca no Ribatejo poderia faltar uma farta tasquinha de comes e bebes a preços comedidos... e o que seria do pobre Jazz sem uma boa e nobre morcela de arroz??? 

A noite começou morna com o público a ter alguma relutância em abandonar o conforto da cadeira mas após insistentes e a plenos pulmões... 'C'mon You Good People!!!' ou 'Let's Party You Funky People!!!' - oriundos de uma figura que tornou impossível adivinhar de onde raio saía aquele sonante vozeirão, acabámos por nos juntar todos ali à beira palco... muito ritmo, jazz, diversão e uma bebedeira engraçada.

O que tenho mais a acrescentar...???Viva Minde!!!
VII Festival de Jazz de Minde 2011...???? 'Tamos lá... conto convosco?




  


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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap20 - Sindicalismo Puro, Duro e pouco Bruto...... powered by www.surfcamppt.com





É pá... surfei hoje mais de 4h de ondas perfeitas, estou feliz, estou contente e como tal, achei que deveria contagiar o resto do mundo. Joguei à bola na praia com o meu filhóte varão, empinámos um papa-gaio da loja dos trezentos - fica a dica que hoje o móte lá está, ajudar o próximo: prefiram aqueles das lojas da especialidade dado que ainda demorei um bocado a convencer o piloto que o problema não era da habilidade ou do vento mas sim do equipamento. Corremos o areal todo e o raio da coisa poucos segundo se mantinha em meio aéreo. Mas sendo este o blogododesempregado quem mais haveria eu de ajudar que os 750.000 que comigo partilham esta singular mas cada vez mais comum condição? Como vem sendo hábito este mês... põe o disco a tocar sff e devora os caractéres que se seguem pois se alguém me paga para surfar e escrever, pelo menos numa das duas tarefas terá apostado com sucesso.

Tenho fé. Acho que um homem sem fé é algo banal... e não me refiro óbviamente aos que ao longo do percurso a perderam por qualquer razão fatal. Mas os outros, os agnósticó-científicos. Tudo é corrente eléctrica e sem gerador a cena não vai lá. Eu acho que as coisas funcionam por energia - há positivas e negativas - mas um pouco longe do conceito de corrente contínua dos nossos amigos cinzentos. E dizem os entendidos que a fé anda de mãos dadas com a religião - acredito até ser dos poucos que não partilha dessa ideologia pelo que, sou um gajo cheio de fé mas estou longe de acreditar no sucesso desse binómio e arredei assim a hipótese de formar uma nova religião e então surge o título: Sindicalismo.

Pois fica oficializado que vou formar o SDD - Sindicato Do Desempregado. Provavelmente serei o presidente do sindicato mais virado para o cliente dado que não posso ganhar dinheiro com o negócio sendo que perderia o meu subsídio e assim sendo a minha veia de proxeneta da sociedade - como tantos gostam de me apelidar... - e acabaria por me sentir mal em defender os interesses daqueles com quem já não partilho a cor da sindicância.

Assim que assumir as minhas funções no SDD, convoco uma greve geral. 
Ouvi no outro dia na TV dos pobres como eu - forma poética de sinonimizar canal generalista - que muita malta se sente marginalizada quando circula com a capa plástica de lista verde rumo ao carimbo obblige da junta de freguesia ou centro de emprego. Até que a passem a vermelho está a burra nas couves e não desmobilizaremos. Ou mudam a cor ou não desconvóco a greve catano!

Depois da greve passaremos às acções de formação.
Havendo alguma semelhança dos da nossa raça com os cidadãos que por algum infortúnio usem pulseira electrónica - sim, não nos podemos ausentar sem aviso prévio e temos que provar que cá estamos a cada par de semanas apresentando-nos com o tal dossier (por agora verde) em local predestinado - ou aqueles outros a quem lhes foi aplicado termo de identidade e residência, proponho que sejam estes últimos a formar os associados do SDD. O porquê é óbvio e até o evidencio com o meu caso:
- tenho quase 40 anos e nunca roubei uma pastilha elástica sequer - talvez aquela antena no C.C.Colombo em 1998 a um opel corsa igualzinho ao meu, cor e tudo, incluindo o capta-ondas.

Mas, dizia eu, a par da hipotética massa associativa do SDD, nunca me especializei nessa arte pelo que, quando acabar o subsídio e com o facto de o dinheiro ter que continuar a entrar cá em casa... terei que me iniciar e porcerto serei apanhado. Na xóldra não há ondas e assim sendo, com estudo minucioso dos cidadãos à margem da lei acima referidos tendo em vista o escurtínio de 'onde falharam eles', teremos certamente sucesso e produzirei fora dela e com o direito de pelo menos ao fim de semana ir à praia apanhar umas com a malta aqui do surfcamp.

Para angariar fundos - não tem lógica aplicar quótas a quem já por si tem uma situação económica precária - e pelo menos enquanto as acções de formação não começarem a surtir resultado, vamos também promover a festa do retrocesso. Claro que nos baseámos na festa do avante mas o antónimo vem daquela máxima do Barroso ou do Guterres - confesso que a memória me falha - que ao dirigir-se ao povo exclamou o seguinte: - 'bem sei estarmos à beira do abismo mas, meu povo, urge seguirmos vigorósamente e como tal com o meu total apoio daremos juntos o passo em frente...' ( e estava certo o sacana...)

E o que se quer na verdade é retrocesso dos números que embora manipulados em baixa, já assustam. Que toda a malta tenha direito a sentir-se útil e um membro activo da sociedade. Que se produza trabalho e não burocracia ou serviços mas, a verdade é que mesmo que o nosso filósofo exclame 'São precisos é empresários e gente que arrisque...!!!', o povo não já vai atrás. Claro que votam nele. O homem veste Armani caramba...! Mas arriscar só se for no tiro de pressão de ar na Festa do Retrocesso, onde o DSS vai promover a fartura (a frita em óleo 'obv/...), o termoço e a jóla, a bifana e a entremeada e a vinhaça.

Não sei se já acabou o videoclip mas o DSS não se esquecerá do fado... pois caso todas as medidas acima referidas falhem, vou promover a construção de milhentas aldeias da roupa branca onde a cantaria durará noite e dia. Lavaremos e engomaremos roupa com água do rio que não venha de Espanha, incluindo a vertente de exportação da mesma. Entra enxovalhada e sai branquinha e direitinha!!! A construção civil voltará a ocupar os 65% da economia nacional e podemos formar uma série de municípios e concelhos e respectivos mandatários para a presidência e aí meu caro... o DSS passará a partido e poderemos deixar de trabalhar nóvamente para voltar a ter esta cor bronzeada, a mente sã (!) e corpo bem definido pelo meio marítimo que só os surfistas desempregados sabem ostentar sem medo de represálias...






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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap19 - Sei lá eu...

... se me vá ou se me venha.



Tal saudoso e malogrado Variações - the one and only e já ido cabeleireiro cantor larilas... - há dias em que mais pareço só estar bem nos locais onde não estou. Deveria ter ido surfar mas o favorável vento offshore  previsto e que fortemente assolava aqui a terrióla parecia em nada afectar o mar. Continuou torto e de cor barrenta, com fortes correntes e pouco recomendável ao meu estado de espírito... resolvi cancelar o surf e adiar para amanhã.

A minha cara metade acompanhou-me manhã fora de máquina fotográfica em punho e lamentou profundamente que, uma vez mais, não iria aparrar durante horas a fio nas dunas dado que as condições de hoje não mais permitiam que retratar prados verdejantes, borboletas, passarinhos e estufas. O seu atleta preferido - adoro quando finjo acreditar nisto...- não poria à prova todo o seu recente explendor atlético e técnico para que ela o imortalizasse na sua ainda semi virgem Canon EOS modelo xpto.

Ainda em convalescença da constipação que a vem assolando faz uma semana, acatou irmos ao talho e às compras para depois almoçarmos com um amigo no aeroclube - aquele que até dá descontos aos surfistas do nosso surfcamp. Voltámos à praia para aferir novas condições com a maré a encher em ritmo apressado mas... nada. Liguei então o portátil para chécar as imeeeeeeeeensas propostas generósas de trabalho e, não é que estava lá um convite para ir à Egor... mas do Porto??? Primeiro não. Depois sim. Pensei melhor e.... 'fónix estão malucos?!?!?!' Liguei para lá:
- Olá! Sabe, isto fica-me um pouco fora de mão... demoro meia horita de moto até Lisboa. Ai não há hipótese? As salas alfacinhas estão cheias? Ok... então vou pensar um pouco mais e já lhe digo algo.

A entrevista seria no Porto. O trabalho seria em Portugal Continental pelo que...
- Olá! Liguei há pouco... era para confirmar que já preenchi os formulários e enviei-lhos agora mesmo por mail. Combinado, quarta feira aí estarei...

O porquê? Porque o Porto e o local de laboração a que concorria pareceram-me mais perto que Angola, Austrália, Marrocos e Emirados Árabes... os novos destinos para os engenheiros civis deste país à beira mar plantado mas sem necessidade imediata que se lhe aumente o vaso. E entretanto lá liguei a um outro amigo meu a alertá-lo que precisaria dos seus préstimos hoteleiros. Tudo isto porque apostava o tim tim direito que o clã Lopes me deve ter surrupiado a entrevista do capítulo... essa cujo relato vocês leram e tão promissora parecia! Ficaram de me contactar a semana passada e não responderam a dois sms's e um telefonema pelo que sendo eu um gajo bronzeado e competente... mãozinha da Célia ou da Patrícia. Decididamente não me perdoaram o desaforo...

Deu-me então uma azia do piorio. Fui e vim ao WC diversas vezes intervalando o percurso com pesquisas de moradas e horários ferroviários. Pendular ou InterCidades. Não estava bem em lado nenhum - lá está o Variações nóvamente... - e fui então buscar os putos à ama.
- 'Pai, não surfamos hoje??? E amanhã??? Vais para o Porto à noite??? Isso é longe!!! E quando voltas??? E surfamos nesse dia???'
Então não... fosgasse que diarreira descomunal.

Enquanto dava toques na bola, arrependi-me por não ter enveredado pela carreira futebolística. Após diversas dissertações em como o melhor para o meu filho varão será largar imediatamente os estudos e alargar os seus dotes em redor do esférico e enquanto recuperava o fôlego... tocou o telefone:
- 'Estou... está bom  EngºMotard_Surfista? Olhe Rudolfo... li os seus sms's e o seu processo está muito bem encaminhado. Apenas necessito da adjudicação de uma nova obra que está prevista para esta semana para lhe confirmar o sim definitivo mas, o condicionado já o tem ou não sabia?'
- Olhe Engº... secalhar eu vou mesmo assumir o risco e desmarco o Porto para almoçarmos por Lisboa.
- 'Melhor ainda... venha logo pela fresca ter comigo à obra e assim visitamos uma série de empreitadas para nos irmos conhecendo melhor!'

Assim surfo nos dias de offshore - amanhã e quinta-feira - e dou mais uma volta de moto no dia que está onshore... excuso assim de andar de comboio e passar a noite na capital do norte. E se não arranjar trabalho hoje, surfo amanhã pois pode ser que no dia a seguir algo surja... ou então não. Sei lá eu...


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domingo, 4 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap18 - Imaginarium





Esta música sempre despertou em mim um misto de sensações surfistic-ó-tropicais... primam aí no play e mandem-se então ao texto:

Ao escutá-la ao longo da minha existência - e talvez o sucedido se deva ao facto de ligar mais à música que à letra neste caso em particular...- e já enquanto personagem do mundo de Neptuno, a imagem que se me deparava sob as pálbebras passava por um bando de surfistas da década de 70 ou 80, em busca da onda perfeita, isolada e longínqua, algures perdida no vasto Índico.

Com os seus cabelos aloirados da parafina e exposição solar prolongada, (poucas) roupas fluorescentes - típica daquela época - que párcamente encobriam os corpos atléticos mas semi escanzeládos e pranchas de shape ultrapassado, percorriam trilhos estreitos e enlameados em florestas tropicais, completamente impenetráveis por quem não tivesse um destino que roçasse a obstinação. A paisagem verdejante era limitada por praias de areia branca e fina em jeito de debroado a metal precioso. Ensombreando esse manto, alguns coqueiros díspares tombavam sobre a água e faziam a ponte entre o arvoredo e o oceano cristlino.

Ao chegarem à dita praia, os surfistas deixavam-se cair no chão enquanto se extasiavam com um pequeno e relativamente distante reef que obrigava a quebrar uma onda perfeita, comprida e solitária. Do nada surgia então um nativo de aparência rude, com o tal 1,90m que fala a música e que daria as boas vindas enquanto personificação do guardião das Portas do Paraíso.

Após alguns dias a comerem frutas exóticas e ondas de sonho, apareciam as nativas para que o cenário se ficasse por algo que não menos que edílico. Todos se emparelhavam com uma sensual morena e constituíam família porali mesmo. Monogânicamente felizes, era por essa altura que lhes era permitido o acesso ao resto da ilha, uma espécie de Xangri-La mas em versão tropical onde acabavam por viver o resto das suas vidas enquanto surfistas, pescadores e agricultores. Passavam então todo o seu legado à respectiva descendência sendo que o maior deles seria a arte de saber aproveitar aquele break por eles encontrado algumas décadas atrás.

Algumas partes da música referem-se a avenidas urbanas, poeirentas e poluídas numa terra distante a que não mais voltariam senão em sonhos, perdão... pesadelos. O nativo surgia menos moreno e ainda com um papel de guia turístico completmante descontextualizado da selva citadina.

Esta imagem que convosco partilho, foi o que me preencheu o imaginário por anos a fio e que hoje, enquanto fazia o meu jogging no ginásio cá em casa, se esfumou... que video-clip tão estupidificante!!!! Não sabia sequer o nome da banda!!! E então lá apareceram no lcd uns tais de men at work... reduzi então a velocidade do tapete e começaram as cenas típicas de um primata de 3ªcategoria... que estupidez não ter adivinhado que os gajos eram ridículos em aparência e movimentação! Pareceu-me descortinar algum homor inglês mas que nem de soslaio honra os saudósos Monthy Python... foi demais para relatar. Mas no entanto aqui estou pois é de contradições e destes pequenos episódios que trata o blogodosempregado.

Mas não fico completa e realmente triste dado que amanhã, apesar da cor e temperatura da água e do cenário ter pouco de tropicaliente, irei feliz até ao areal e o offshore previsto irá porcerto alisar as vagas que desde décadas vou percorrendo... até quando de facto não sei. Mas será porcerto um videoclip que não ficará tão aquém das minhas altas expectativas quanto este...!

Boa semana! A minha não será má dada a lestáda que se avizinha...  


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