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terça-feira, 20 de abril de 2010

Blogdodesempregado - Cap28 - Alfred Hitchcock




Como já por vezes aconteceu neste blog, o nosso enredo de hoje trata parte da minha jornada de ontem... não sei se já carregaste no play mas em todo o caso fica o relato:

Levantei-me e despachei as míudas. Fui então à praia e à semelhança de hoje, as ondas estavam pequenas demais para serem condignamente surfadas. Mas ontem nem molhei o fato dado que após o almoço tinha um compromisso lá para os lados da capital... almocei com o meu amigo motard com quem havia acordado levar-lhe a montáda, dado que eu e o trânsito não temos ligação fácil e - tudo corria bem dado que o almoço foi onde já sabes... - não encontrámos a chave. E sem chave não há moto. Mudei o fato casual para um mais solene e fiz-me à estrada, mas de carro.

Entrar no Prior Velho não se adivinhou fácil e acabei por me chatear naquele jogo do 'cabemos todos'.
Por já ter vivido na margem sul, foi-me incutida a regra do garrafão - longe daquela da rolha do PSD - pelo que está-me no sangue a alternância de veículos... 'ora entras tu, ora entro eu'. É básico mas de facto resulta. E importunei-me quando alguém quis ser o 2º 'sim' à minha frente, não desarmei e acabei por ter que sair do carro para meter os pontos nos i's - dado que prefiro amarrotar a pele a alguém que a chapa ao meu carro.

Óbviamente que me senti estúpido. Não deixar alguém passar pareceu-me um objectivo pertinente à altura, mas ao ver o homem refundido atrás dos seus óculos, à rasca enquanto me tirava as medidas, logo alcancei que a minha figura de urso não fugia muito da dele com a excepção que um de nós continuava sentado... expliquei-lhe então que 'um de cada vez seria o mais justo par todos...', mas atrás dos olhos não havia nada. Um grande e assustador vazio. Enquanto o vidro se lhe fechava aumentando a cota da porta, ainda logrei ouvir um 'estes gajos dos ginásios têm a mania que...'.
Segui pior que fulo por virar costas e cheguei meia-hora adiantado o que me deu para ir à Seaside ver as fotos da Mariana e comprar um par de sapatos.Cheguei então ao cenário do verdadeiro episódio ultrapassado que estava este prelúdio.
Entrei numa típica tasquinha versão contentor. Um misto de desafio à ASAE com licenciamento género carta de condução dos célebres mata-velhos ou pápa-reformas se preferires. Uma senhora de quase cinquenta anos estava em amena cavaqueira com um cliente regular - sem o cariz proxenêta da expressão.
Quando julgou pertinente, fez a obséquia de me atender. Pedi-lhe um café para acompanhar uma água das pedras fresca. Ainda trocou mais umas palavras com o dito cujo e então manuseou a cimbalina. Sentei-me na esplanada do pré-fabricado - perdão, estabelecimento comercial ... - e iniciei um sudoku ecologista - significa isto que tenho um smartphone com uma aplicação que visa gerar esquemas matemáticos no pequeno ecrã para que se poupem assim algumas resmas de papel reciclado.

E entrei assim na twilightzone mas versão lusa.
A conversa teria algo a ver com heranças e os seus confinamentos legais só que - e estou seguro de se tratar de um avançado código anti-espionagem - as frases não eram completadas e inadequadas à faixa etária dos personagens. Tão pouco os raciocínios que as toldavam, rivalizavam fortemente com aqueles da morangáda. Vou tentar exemplificar:
- Pá... a cena é que isso é marado porque enfim.
- Mas é bom isso do testamento... tens que ver pelo outro lado que pode não ser.
- Olha - e dá-me aí mais um cheirinho já agora... - mas mesmo pela minha filha.
- Pois, é chato é com o namorado que a gente sabe que não vale nada mas ela...né?
- Não é assim sempre. Depende também da papeláda mas um gajo paga e tratam disso assim.
- Eu cá disso não sei nada mas acho que sim.
- Um  gajo tem a casa e depois pode não ter.
- Ou elas ou tu mas alguém tem sempre a chave.
- Pá claro! Mas tem é que ficar escrito porque é assim, tipo, tás-a-ver né?
- Isso já não sei se será.
- Depois de lá estar venha quem vier...
- Eu por mim é sempre o melhor mas isso sou eu.
- Já ouvi falar de casos que não dava mesmo e depois olha...
- Eu nem imagino cruzes! Já tentei mas tenho medo de ficar sem ela.
- Fónix!!! - dá aí mais um tracadinho -

Timidamente e esforçando por me escapulir ao diálogo, procurei por um WC. Não havia nada parecido. Pela áreas e perímetros pareceu-me que faltaria um meio metro quadrado num dos cantos e que talvez lá estivesse uma porta. Fiquei à nora pois com aquela área teria obrigatóriamente que me encostar a alguma coisa e, ainda com o Sudoku inacabado, não sabia bem se deveria interromper o diálogo daqueles dois monstros, desligar o PDA ou fazer xixi depois.
Fui-me embora mas não sem antes pousar a chávena e o copo - já vazios - sobre o balcão, não fosse um dos agentes secretos saltar para trás do mesmo e aparecer já camuflado, de caçadeira em punho apanhando-me incauto e desarmado, pronto a solicitar-me o último fôlego. Não me agredeceu e nem o esperava. 

Fui para a reunião e essa foi mais fácil. Começo a trabalhar segunda feira...



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