Em jeito de pseudo-celebração, atulhámos o monovolume e preenchemos uma das poucas mesas disponíveis. Não que o restaurante estivesse cheio mas sim porque é pequeno... mas tal como a sardinha e, dizem os entendidos dado que disso pouco percebo, a mulher portuguesa, não porisso menos bom.
A pessoa sente-se até um pouco levada a interpretar um papel díspare do habitual... em vez do surfista alarvo, devorador de entremeadas, bebedor sustenido de mine's e feroz declamador de aventuras em ambiente salgado e demarcadamente inóspito, insanamente vividas por seres musculados, de guélras e prancha de shape altivo, lá nos vemos a sussurrar as alegorias do nosso portugal português, suplicando para que outros não se apercebam que persiste ainda algum distanciamento entre nós e o vocabulário gaulês... mas própriamente, esse tal de 'gourmet'.
Rebaja's... não as do 'El Corte Inglés', essas que inexplicável e invariávelmente apresentam os produtos a preços bastante mais picantes que qualquer outlet ou praça - de espanha ou qualquer outra - foi o alento que me faltava para a iniciação. Saldos no gourmet. Parece até estarmos perante aquele bicho papão que nos baralha a todos, a antitese, mas não.
- Venham lá daí que não sendo barato, também já não queima!!! - e nós fomos.
Desenhar sobre tela prestes a ser devorada pode parecer obra de louco mas a arte invade o prato. Fiquei com a sensação que de alguma forma constrangiu o normal percurso do garfo pelo recipiente e obrigou-o a circundar o trilho castanho e curvilíneo de chocolate que enfeitava o polvo da entrada.
O vinagre balsâmico embalsemou de sobremaneira as ervas aromáticas que camuflavam um queijo primo afastado daqueles frescos do Pingo Doce - só que em versão condensada - enquanto esses tais cubos pálidos me desafiavam do topo das rodelas de tomate que me impediam de ver o fundo à travessa.
A massa gratinada deu para todos, o rissotto de tomate e gambas deu para todos e o meu naco ensanguentado e afogado em 3 queijos apenas a mim me serviu dada a pouca apetência para o canibalismo dos meus 3 mais-que-tudo e da minha cara metade. Ou seja, assim meio de surra e enquanto saloínhos descontextualizados acabámos por encetar um micro pic nic à mesa e sobre toalha de linho.
O vinho ombreou em cor com o suco que escorria da vitela e tornou delicioso aquela amostra de jogo que passava num dos plasmas enforcados na parede.
Bom vinho, boa comida e boa companhia.
Para a semana um bom surf.
E que mais levamos desta vida?
Viva Portugal e Viva o Gourmet!!!
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Tu precisas é de um banner aí à maneira que na Segunda já se estará a vestir! Abraço.
ResponderEliminarPouco! Surfas mesmo poucaxinho, precisa de mais uma fórcinha...
ResponderEliminarEntão mas tu não gostas do meu banner Pedrito??? ;)
ResponderEliminarAnónimo, Surfar pouco, surfar muito... Oh anónimo, o melhor surfista é aquele que mais se diverte e quem te afirmar o contrário é louco... ;)